Mesmo em queda, casos de gravidez na adolescência terão prevenção fortalecida

Rede Mãe

Nesta Semana Nacional de Prevenção à Gravidez na Adolescência, a Rede Mãe Curitibana Vale a Vida e o Distrito Sanitário Bairro Novo promovem a primeira reunião intersetorial sobre o tema, com apresentação de dados epidemiológicos e adoção de estratégias para diminuir ainda mais esses casos.
A reunião será no Colégio Estadual Professor Guido Arzua (Rua Mandirituba, 2.100, Sítio Cercado), às 14h30, e é aberta a toda a população.
Em dois anos, Curitiba diminuiu o número de casos de adolescentes gestantes. No período, o número de bebês nascidos de mães adolescentes (entre 10 e 19 anos) caiu 22% na cidade. No final de 2016, foram 2.368 bebês. Em 2018, 1.852 - 516 a menos.


“Essa taxa vem caindo nos últimos anos e é menor que a de muitos países desenvolvidos. Mas sabemos que podemos diminuí-la ainda mais”, destaca a médica ginecologista Ângela Leite Mendes, do Rede Mãe Curitibana Vale a Vida da Secretaria Municipal da Saúde.
Entre as ações da Rede Curitibana Vale a Vida que contribuíram para a queda da gravidez na adolescência estão a oferta de métodos contraceptivos nas Unidades de Saúde e a participação em ações educativas nas escolas.
O trabalho continua
As próximas reuniões intersetoriais serão em 5 de fevereiro, no Tatuquara, e, em março, na CIC. O projeto seguirá ao longo do ano, por toda a cidade.
“É fundamental envolver famílias e adolescentes em diferentes espaços de prevenção e assistência. Isso contribui para que garotos e garotas sejam conscientizados sobre as decisões de sua saúde sexual e reprodutiva”, explica Ângela. “E, caso uma gravidez ocorra, conheçam a rede de apoio com a qual podem contar”, completa.
Apoio não faltou à G., 16 anos, grávida de 8 meses de Julia. “Minha mãe, quando soube, me apoiou desde o começo, até me surpreendeu. E a Unidade de Saúde também tem me ajudado muito”, conta. “Lá eu faço o pré-natal e aprendo coisas que eu nem fazia ideia que iam acontecer com o meu corpo e o que a bebê precisa”, diz a adolescente.
Entre os desafios que terá está o de voltar a estudar e o de criar Julia sem a figura paterna. O namorado de G, um rapaz de 19 anos, morreu em um acidente de moto.
Ela conta que sempre quis ser mãe, mas não tão cedo. “Não agora, ainda sem trabalhar, sem ter a minha casa”, diz, entre os planos de voltar à escola e ter um emprego.

Ações da Rede Mãe Curitibana Vale a Vida para a redução da taxa de gravidez na adolescência

- Oferta de métodos diversos métodos contraceptivos nas Unidades de Saúde (preservativos masculino e feminino, anticoncepcional oral ou injetável, anticoncepção de emergência, DIU, prescritos conforme o indicado para cada paciente).

- Capacitações das equipes multidisciplinares para o atendimento de adolescentes.
- Realização do Programa Saúde na Escola, em parcerias com as secretarias municipal e estadual de Educação.
- Realização de oficinas para gestantes com ênfase na paternidade responsável e prevenção de segunda gravidez.
- Estratificação de risco considerando os aspecto psicossociais da gestante adolescente; prevenção e tratamento das IST’s em todas as faixas etárias.