Campanha orienta curitibanos sobre os sinais do câncer bucal
A Boca Maldita recebe nesta quarta-feira (27/11), até às 17h, a 31ª Campanha de Prevenção e Diagnóstico Precoce de Lesões Cancerizáveis de Boca. A ação é promovida pelo Hospital Erasto Gaertner, em parceria com a Secretaria Municipal da Saúde de Curitiba (SMS), Secretária de Estado da Saúde (Sesa) e Conselho Regional de Odontologia (CRO). O objetivo é identificar precocemente lesões de boca com característica de câncer e oferecer tratamento.
A ação acontece durante todo o dia, com a realização de exames clínicos de detecção precoce, orientações à comunidade e distribuição de fôlderes informativos. A SMS fornece a estrutura do evento, cadeiras e materiais para exames.
De acordo com o odontólogo Mário Augusto Gori Gomes, da Secretaria Municipal da Saúde, após a avaliação clínica na Boca Maldita os pacientes com suspeita de lesão característica de câncer são encaminhados para Hospital Erasto Gaertner. Os demais pacientes são orientados a realizar o autoexame da boca.
De olho na boca
Segundo o coordenador da campanha há 31 anos e chefe de cirurgia Buco-Maxilo-Facial no Hospital Erasto Gaertner, Laurindo Moacir Sassi, o autoexame deve ser feito em casa uma vez por mês, com o auxílio de uma colher e um espelho.
Em um local claro, o paciente deve afastar a bochecha com a colher, levantar a língua e olhar dentro da boca. "Ele deve procurar manchas brancas, vermelhas, caroços ou feridas. Caso encontre e ela não desapareça em 15 dias, é preciso procurar o dentista”, ensinou.
Sassi alerta para a importância de tratar o câncer de boca o mais precocemente possível. “O câncer só cresce. Não desaparece. Se não tratar, vai matar o paciente”, disse.
Nos Estados Unidos cerca de 19% dos casos de câncer de boca levam o paciente a óbito. No Brasil, esse índice chega a 44%. “Essa diferença é porque lá as lesões chegam (nos serviços de saúde) pequenas e aqui chegam grandes e pouco podemos fazer. Por isso a importância de encontrar essa lesão precocemente”, explica.
Casos no Brasil
Neste ano no Brasil, são estimados 11.290 novos casos de câncer de boca em homens e 3.500 em mulheres. No Paraná, são estimados 910 casos novos para homens e 220 em mulheres.
“É uma lesão de superfície e fácil de ser vista. É só abrir a boca e olhar com atenção. Mas as pessoas raramente fazem isso”, disse Sassi.
Entre os fatores que influenciam o aparecimento da doença estão a genética, o uso de agrotóxicos, incidência de raios solares e principalmente álcool e fumo.
A comerciante Aliete Aparecida da Silva, 67 anos, resolveu parar para ver como estava a saúde de sua boca. Com tudo em ordem, ela aprovou a ação realizada na Boca Maldita.
“É uma forma de prevenção. Fui orientada a procurar o dentista em caso de qualquer sintoma ou vermelhidão”, disse ela, após o exame clínico.
A diarista Celina Cirino, 53 anos, também estava com a saúde bucal em dia e aprovou a iniciativa. “Tem muita gente que não tem acesso e não vai. Fica ali com aquela ferida”, disse. “É bom vir para ver se está bem ou não está”, opinou.