Fiocruz aponta Serviço de Atenção Domiciliar como referência nacional

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Desde maio, o Serviço de Atenção Domiciliar (SAD) de Curitiba ampliou a oferta de atendimento a pacientes idosos que precisam de tratamento com antibióticos intravenosos ou intramusculares. Essa solução ganhou reconhecimento nacional ao ser escolhida como uma das 14 experiências de Boas Práticas em Gestão Pública no Campo do Envelhecimento e Saúde da Pessoa Idosa, promovida pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz).

A proposta permite que esses pacientes possam fazer em casa, com acompanhamento profissionais, o tratamento que os manteria internados, em média, de cinco a seis dias em hospitais ou Unidades de Pronto Atendimento UPAs.

“Centenas de instituições de Saúde de todo o Brasil enviaram trabalhos. Ficar entre os 14 selecionados mostra que acertamos em ampliar o tipo de serviço ofertado”, destaca a farmacêutica do SAD, Mariana Ribeiro Maso Lous, uma das responsáveis pelo projeto.

“Esse serviço tem muitas vantagens: reduz o risco de infecções hospitalares, permite que a pessoa tenha o tratamento próximo de seus familiares e em um ambiente mais acolhedor, disponibiliza o leito para outro paciente em situação de maior complexidade”, enumera o coordenador médico do SAD, Clóvis Cechinel. Já foram 995 pacientes atendidos, de maio até a metade de dezembro.

Solução desafiadora
O SAD tem dez equipes multidisciplinares – com clínico geral, fisioterapeuta, enfermeiro, técnico em enfermagem, assistente social, farmacêutico, fonoaudiólogo e nutricionista - para outros tipos de atendimentos domiciliares. Para os pacientes em tratamento com antibióticos, foi criada uma nova rotina, com três equipes de apoio, que atuam em horário estendido, das 7 às 23h.

“As equipes visitam os pacientes diariamente, durante, em média, seis dias do tratamento”, explica Cechinel. “Nos desafiamos em ofertar cem atendimentos mensais para esses pacientes e temos conseguido”, destaca.

Aos 95 anos, Catharina Barão Lenartowicz, é uma das pacientes atendidas pelo serviço. Moradora do Portão, havia sido internada na UPA Fazendinha por causa de um infecção na perna direita e, depois de ter ficado 48 horas em observação, a equipe médica decidiu que o melhor seria receber a medicação perto da família. “Gostei muito de saber que viria para casa, onde posso fazer minhas coisinhas. E agora recebo essa equipe maravilhosa que vem cuidar de mim aqui”, conta a paciente.

A filha, Marli Rudek, 68 anos, e a neta, Marcia Rudek, 47 anos, elogiam o serviço prestado à matriarca e contam que tê-la em casa facilita o cuidado. “Podemos estar o tempo todo com ela, sem nos deslocarmos. Não tem o risco de uma infecção hospitalar. Sem falar que a equipe toda é de uma atenção fantástica”, diz Márcia. “Contei para uma amiga que mora no Rio que tinha enfermeiros da prefeitura aqui em casa atendendo minha mãe. Essa amiga não acreditou, me disse que isso é coisa de Primeiro Mundo”, falou Marli.