Técnica em enfermagem de UPA Fazendinha é exemplo de superação

leoni

Para a técnica de enfermagem Leoni Teresinha Chiquito, 55 anos, cumprir plantões noturnos na UPA Fazendinha é motivo de imensa alegria e satisfação. “Para mim, é uma vitória enorme”, conta a profissional, que já passou por “maus bocados” na vida e precisou se afastar da área da saúde, retornando há dez anos. Nesta segunda-feira (20/5), ela pode comemorar o Dia do Técnico em Enfermagem trabalhando na área que tanto ama.

Leoni é natural de Prudentópolis. Formada como técnica em enfermagem, ela resolveu tentar a sorte em Curitiba, em 2003. “No começo foi muito difícil”, conta. Leoni conseguiu trabalho como cuidadora em uma casa de repouso e como técnica de enfermagem em um hospital.

Mas uma reviravolta em casa, com um processo de separação difícil, colocou sua vida profissional de cabeça para baixo e exigiu dela muita perseverança. “Em questão de 15 dias, tudo mudou, fiquei sem trabalho e sem casa”, conta. “Os problemas pessoais me afetaram no meu trabalho e eu acabei sendo demitida. Sem emprego, eu fiquei sem ter dinheiro para pagar o aluguel”, explica.

Com dois filhos pequenos e sem ter para onde ir, Leoni foi morar na beira do rio, na CIC. Para sobreviver, começou a trabalhar numa panificadora no Água Verde, em meio período, e no restante do tempo catava papelão. “Colocava meu filho menor numa caixinha de papelão e levava comigo”, lembra emocionada a ex-carrinheira.

Mesmo com as dificuldades, Leoni resolveu não esmorecer. Ela queria se reestabelecer. “Eu pensava: ‘preciso sair dessa’. Com o dinheiro que juntei catando papelão, eu me inscrevi no concurso da Prefeitura e investi em cursos para mim”, conta. Há dez anos, Leoni foi aprovada e chamada no concurso. “Foi a maior alegria quando recebi o telefonema”, lembra.

Hoje, ela se dedica com carinho aos cuidados de seus pacientes na UPA Fazendinha. “Sempre gostei de cuidar de quem precisa, de quem está doente. Isso me preenche. A Prefeitura de Curitiba me permitiu voltar a exercer a minha profissão, voltar para a área da Saúde e, com isso, hoje eu posso ajudar a tirar a dor das pessoas”, diz.