Prefeito Gustavo Fruet vai à Conferência Municipal de Saúde. Oficinas dão o tom ao segundo dia
O prefeito Gustavo Fruet compareceu ao segundo dia da 13ª Conferência Municipal de Saúde de Curitiba, que ocorre até domingo (12), no auditório do Colégio Marista Santa Maria. O evento deve reunir cerca de 800 pessoas para discutir os rumos do Sistema Único de Saúde (SUS) em Curitiba. Fruet citou o investimento que é feito em Saúde na cidade, que somente para este ano conta com um orçamento aproximado de R$ 1,5 bilhão, e enfatizou a necessidade de se rever a forma de financiamento do setor entre os governos federal, estadual e municipal -- e que tem sobrecarregado os municípios brasileiros.
Fruet destacou a importância de realização da conferência, que é a legitimação das políticas públicas com a participação de representantes de diversas áreas da saúde e de todas as regiões de Curitiba. “A conferência é uma ação que demonstra o amadurecimento da sociedade e que contribui para garantir a transparência da gestão pública”, salientou.
O secretário municipal de Saúde, Adriano Massuda, apresentou os avanços e desafios da gestão nos últimos dois anos e enfatizou a importância do protagonismo da sociedade civil organizada na saúde pública. “O SUS é um sistema muito amplo e complexo e, por isso, é fundamental compartilhar compromissos e responsabilidades para garantir a melhoria constante na qualidade dos serviços oferecidos à população”, afirmou.
Protagonismo
Na Conferência de Saúde, metade das cadeiras é destinada a usuários do SUS, 25% para trabalhadores, 12,5% para gestores e 12,5% para prestadores de serviço. O resultado dos debates realizados nos três dias de evento se transformará em política pública para a Saúde.
Atuante há mais de duas décadas na área da saúde pública, o presidente do Conselho Distrital de Saúde do Boa Vista, Luiz Tadeu Seidel Bernardina, também salientou a importância da participação popular na melhoria do SUS. “Para mim, estar aqui (na conferência) é uma forma de contribuir com o bem-estar da comunidade. Ficar somente reclamando é fácil, mas é necessário também ajudar a construir o sistema de saúde”.
Essa motivação é também a que conduz a usuária Terezinha Andrade Possebom, representante do Instituto Humsol. Vítima de um câncer de mama há cerca de dez anos, hoje ela luta para que todas as mulheres que passam por este problema tenham as mesmas chances de fazer o diagnóstico precoce e o tratamento do câncer. “É um direito que precisa ser garantido a todas as mulheres”, apontou.
Para a enfermeira Giovana Fratin, a conferência de saúde, em todas as suas etapas (local, distrital e municipal), é uma oportunidade para gestores, trabalhadores, usuários e prestadores de serviços ao SUS, discutirem e planejarem as ações e diretrizes para a saúde pública de Curitiba.
A farmacêutica Francielle Cristine Dechatnek, que trabalha no Distrito Sanitário CIC, contou que esta é sua primeira participação em uma conferência municipal, mas fez questão de comparecer por perceber a importância das discussões que estão acontecendo e que vão impactar diretamente na vida da população de Curitiba que utiliza o SUS.
Oficinas
Na manhã deste sábado (11), gestores, trabalhadores, usuários e prestadores de serviços em saúde se reuniram em oficinas para analisar as propostas da 12ª Conferência Municipal, ocorrida em 2013. A iniciativa era inédita e foi sugerida pelo Ministério Público, como forma de acompanhamento da formatação das políticas públicas. As propostas aprovadas em conferência integram o Plano Municipal de Saúde.
Novidade na Conferência, o momento das oficinas agradou aos participantes. “Os coordenadores dos grupos estavam muito bem preparados e explicaram bem o objetivo”, afirmou a representante dos trabalhadores do Distrito CIC Regina Leonor Bernardes. Para Ignez de Oliveira Ise, que representava usuários do Distrito Cajuru, saber em detalhes se a proposta discutida na conferência anterior foi colocada em prática ou não é uma boa forma de controle social. “Serve também para não acumular assuntos nos trabalhos de grupo, quando são tratadas as propostas atuais”, avaliou.
Segundo o presidente do Conselho Municipal da Saúde, Adilson Tremura, a iniciativa possibilitou que todos os envolvidos nas discussões conheçam melhor o histórico de propostas. “É um ‘olhar no retrovisor’ para que todos vejam o que avançou e o que ainda falta avançar. Assim, a discussão se torna mais completa e eficiente”, observa.
Outro objetivo das oficinas é qualificar o usuário do SUS para que ele entenda bem o que é da governabilidade da saúde e o que não é. “Em conferências passadas eram levantadas propostas, por exemplo, referentes à segurança pública. Então, é importante que o usuário entenda bem essa questão da governabilidade”, salienta Tremura.
Também compareceram ao segundo dia da 13.ª Conferência Municipal de Saúde os vereadores Felipe Braga Côrtes e Noêmia Rocha.
Plenária
A 13ª Conferência Municipal de Saúde de Curitiba termina no domingo (12), quando está prevista a plenária final para a aprovação das propostas discutidas nos trabalhos de grupo. Além disso, ocorrerá a homologação da Gestão 2015-2019 do Conselho Municipal de Saúde e dos representantes para a Conferência Estadual de Saúde.