Caso de enfermeira agredida é discutido em reunião
O Conselho Municipal de Saúde de Curitiba (CMS) realizou uma reunião no dia 15 de janeiro para discutir e fazer possíveis encaminhamentos sobre o caso da auxiliar de enfermagem da Unidade de Saúde (US) do Bairro Alto que foi agredida por um paciente na primeira semana do mês. Segundo relatos dela e de seus colegas de trabalho, o agressor ficou revoltado porque o medicamento que sua esposa faz uso não pôde ser fornecido porque a receita era de médico particular. “Ele moeu a caneta que estava na minha mão e foi me socando até eu chegar na prateleira. Nessa hora o jaleco me machucou no pescoço”, contou a auxiliar de enfermagem.
O presidente do CMS, Adilson Tremura, disse que a preocupação em relação às agressões a servidores não é recente. “Procuramos o secretário de saúde e um dos encaminhamentos foi realizar esta reunião para discutir o problema e encontrar soluções”, disse. A coordenadora do Distrito Sanitário do Boa Vista, Leia Regina da Silva, considerou a situação de muita gravidade e que o caso abre precedentes para repensar práticas. “E só conseguiremos isso ouvindo as pessoas. Por isso é importante esta reunião”, alertou. Ela comentou que é rotina os pacientes solicitarem medicamento nas Unidades, e que alguns têm dificuldade de entender os procedimentos. “Na maior parte dos casos nós conseguimos resolver, mas neste caso específico o paciente não deixou nem a profissional explicar, orientar o que deveria ser feito”, relatou.
A auxiliar de enfermagem comunicou o acidente de trabalho à prefeitura, foi medicada e registrou o caso no 5º Distrito Policial. Ela também foi submetida a um exame no Instituto Médico Legal (IML) e está afastada do trabalho por enquanto. “Ele extrapolou todos os limites de um ser humano”, disse a profissional.
ENCAMINHAMENTOS
Participaram da reunião integrantes de algumas entidades de classe, que deram sugestões sobre a seguranças nas unidades, como por exemplo a presença da Guarda Municipal, a adoção de um protocolo de segurança nas unidades e até um possível treinamento para aprender a lidar em situações adversas, como as de violência. “Vamos continuar o diálogo nos Conselhos Locais de Saúde e levar para as comissões do CMS”, afirmou Tremura.
Eduardo Funchal, que representou a Gestão na reunião, explicou que nestas situações é elaborado um relatório circunstanciado, que por sua vez é encaminhado à Procuradoria Geral do Município (PGM). “A violência deve ser discutida mesmo e concordo que temos que rever esta questão de como lidar com estas situações”, disse. A Guarda Municipal também participou da reunião, e informou como e em que horário foi prestado o atendimento à servidora. Funcionários da US Bairro Alto e de outros bairros também participaram e alguns relataram casos de agressão em seus locais de trabalho.