Orientações sobre aids e promoção à saúde na Boca Maldita
A data de 13 de maio de 2016 foi o momento de lembrar as pessoas que sofrem com a aids e aquelas que já faleceram, e também um dia para incentivar a promoção à saúde. A Comissão de DST/Aids do Conselho Municipal de Saúde de Curitiba (CMS) realizou nesta data, na Boca Maldita, em Curitiba, a Vigília da Aids, que é celebrada todos os anos no terceiro domingo de maio.
Durante o evento, várias atividades foram realizadas, mas a principal foi a orientação às pessoas que passavam pela Rua XV de Novembro, principalmente com foco na prevenção da aids. Os organizadores da Vigília distribuíram preservativos femininos e masculinos e esclareceram sobre como utilizá-los de maneira mais segura. Como forma de alusão à vida, mudas de plantas foram ofertadas após as pessoas ouvirem as orientações. Uma caminhada até a Catedral Metropolitana de Curitiba foi realizada no final da tarde para encerrar a Vigília. Além da Comissão, entidades e ONGs também participaram do evento.
A coordenadora da Comissão, Bárbara Bueno, lembrou que o evento busca conscientizar a sociedade sobre a doença, principalmente no que diz respeito ao preconceito. “Ter HIV não é sentença de morte. Se você busca tratamento, terá uma vida mais longa e qualidade de vida. Hoje, temos muitas informações disponíveis, e o evento auxilia nessa orientação”, disse Bárbara.
A atendente Suzana de Moura passava pela Boca Maldita e resolveu parar para ouvir as orientações a respeito da doença. Ela afirmou que ainda existe muito preconceito, mas que é primordial ter acesso à informação. “Eu acredito que somos pouco informados sobre a aids. Eu tenho uma filha pequena e se eu não estiver informada, como vou orientá-la?”, indagou. Suzana acredita que as pessoas devem ter aceitação e não discriminar os portadores do vírus.
A representante do CMS, Maria Lúcia Gomes, frisou a importância da Comissão, cujo trabalho principal é discutir sugestões e propostas que resultem em um melhor atendimento das pessoas que vivem com HIV ou aids. “Eu parabenizo não somente a Comissão, que leva estas sugestões e as discute junto ao Conselho para que efetivamente haja melhorias no atendimento destas pessoas, mas também as entidades que estão aqui hoje realizando este evento, que também têm um papel fundamental nestas melhorias”, observou. Todas as sugestões discutidas nas Comissões que compõem o Conselho Municipal de Saúde de Curitiba – no total, o CMS conta hoje com 15 Comissões temáticas - podem se transformar em propostas e até mesmo compor o Plano Municipal de Saúde. As políticas públicas, por sua vez, são criadas a partir do Plano.
Viviane Sutile, diretora do Distrito Sanitário Matriz, observou que trata-se de um momento de reflexão. “Eventos como este nos auxiliam a melhorar cada vez mais a saúde e o tratamento das pessoas que vivem com a doença”, comentou. O secretário municipal da saúde de Curitiba, César Titton, alertou que lembrar quem vive com a doença, ou também de quem já faleceu, deve causar impacto em toda a sociedade. “A aids precisa sair da invisibilidade, e eventos assim auxiliam para que possamos mudar esta realidade, pois mobilizam toda a sociedade. Esta Vigília marca o olhar institucional da doença, e também faz com que busquemos novos tratamentos”, afirmou. O secretário lembrou ainda que as atenções, hoje, estão voltadas para o zika, e que existem estudos que podem confirmar a transmissão deste vírus por meio da relação sexual. “Por isso a importância do uso do preservativo”, completou.
NÚMEROS DA AIDS
De acordo com o Boletim de Epidemiologia de HIV – Aids da Secretaria Municipal de Saúde (SMS), em 2014 foram registrados 144 óbitos por conta da doença em Curitiba. Desde 1984, quando foram notificados os primeiros casos na cidade, foram registrados 3.446 óbitos e 10.462 casos de aids. Atualmente, há 4.208 portadores do vírus HIV em Curitiba, segundo o Boletim.
O Projeto A Hora é Agora – Testar nos Deixa mais Fortes disponibiliza um trailer onde são realizados exames de sangue na hora. Durante o evento de ontem, o trailer disponibilizou estes testes. Nos outros dias, o trailer fica estacionado na Boca Maldita nas sextas-feiras e sábados, das 17h às 21h. Atualmente, cerca de 6.500 pessoas fazem tratamento em Curitiba. Todas as unidades básicas de Curitiba realizam os testes convencionais de HIV, que ficam prontos em até três dias. O teste rápido, que dá o resultado em até 30 minutos, pode ser feito no Centro de Orientação e Aconselhamento (COA), no bairro São Francisco (Rua do Rosário, 144, 6º andar.). A plataforma virtual (e-Testing) www.ahoraeagora.org possibilita que os interessados recebam em caso o teste de fluido oral.
Veja algumas fotos do evento!
Fotos da orientação à população:
Foto 1 da equipe envolvida no evento
Foto 2 da equipe envolvida no evento
Foto Maria Lucia Gomes - representante CMS
Foto Bárbara Bueno - coordenadora Comissão DST/Aids
Foto Viviane Sutile - gerente Distrito Sanitário Matriz
Foto César Titton - secretário municipal de Saúde de Curitiba