Servidora da Saúde ganha a admiração dos moradores do Dom Bosco

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A técnica de enfermagem Eliana Rodrigues Neves vai completar 26 anos de trabalho na Unidade de Saúde Dom Bosco, no Campo de Santana. Aos 59 anos de idade, ela integra uma das quatro equipes da unidade, que é responsável pelos moradores de parte das comunidades do Dom Bosco, do Moradias Janaína (Hortência) e do Riacho Doce. A área de abrangência da Unidade de Saúde Dom Bosco compreende também a região de Sant'Ana, Cajueiro e Moradias Itaqui.

Para chegar ao local de trabalho todos os dias, a servidora, que mora no Boa Vista, percorre diariamente 27 quilômetros. "Eu conheço mais a realidade da região do Tatuquara do que a do bairro onde eu moro. Aqui é uma área de risco, mas gosto muito de trabalhar com esta população, com os meus colegas da unidade. A comunidade me acolheu", afirma.

"Quando comecei a trabalhar aqui, tudo em volta era campo, chácara", conta Eliana ao destacar que, naquela época, eram atendidas quatro mil pessoas. "Atualmente a unidade tem 18 mil usuários. A população cresceu", declara. Eliana diz ainda que a equipe atende também a população do outro lado da BR-116, na região do Umbará, nas ruas Angela Gabardo Parolin e Vereador Angelo Burbello.

"Quando cheguei aqui, os moradores tinham muitos problemas respiratórios. A gente cuidava de verminoses, hepatite A e fazia vacina antitetânica", detalha. Ela diz ainda que, na época, a equipe da Unidade de Saúde Dom Bosco atendia até a região do Caximba. "No Rio Bonito, por exemplo, a gente fazia vacina, atendia criança e gestante. Eu vi o Rio Bonito nascer", diz.

Histórias pelo caminho

Quando percorre a unidade, Eliana chama as pessoas pelo nome, sabe um pouco da vida de cada um. O mesmo acontece quando anda pelo bairro. Cada rua, cada imóvel guarda uma história. Os moradores reconhecem que Eliana faz um trabalho especial.

"Acho que é por causa do meu jeito. A gente acolhe todo mundo. Sou íntima de muita gente. Muitos moradores, quando têm problema sério, vêm primeiro conversar com a gente. A porta de entrada é a unidade de saúde e a gente ajuda a encaminhar porque aqui na região temos uma grande rede de programas e equipamentos", declara.

O mapa da unidade Dom Bosco, que traça um perfil de toda a população, indica quatro creches, três escolas, um Cras, um Armazém da Família e um Eco-cidadão. Eliana destaca ainda que muitas vezes problemas de saúde podem estar relacionados a questões sociais.

Janete Oliveira Penafiel está há 30 anos em Curitiba, tem quatro filhos, mora em área de risco na região do Dom Bosco. "Eliana tem cuidado com a gente, desde quando meus filhos eram pequenos. Vim de Cascavel por causa de um problema de saúde do meu filho. Nesse tempo todo, já passamos por coisas difíceis", revela Janete.

Neide Mariano Fonseca, moradora do Dom Bosco há 14 anos, é acompanhada pela equipe da unidade e conta que Eliana participou de muitos momentos importantes, como o nascimento do filho dela, Emerson, hoje com 14 anos. Neide também viveu momentos de dor, como quando seu primeiro bebê faleceu, em 2003. "Lembro quando a Eliana fazia pesagem das crianças na escola, há muitos anos", recorda a moradora.

Porta a porta

O trabalho da equipe da qual Angela faz parte muda conforme a escala. Pode ser na recepção dos pacientes, na avaliação, na farmácia, na vacinação. A Unidade Dom Bosco faz parte da estratégia do saúde da família.

Acompanhada de agente comunitário de saúde ou de médico da unidade ela também faz visitas quando nascem os bebês, quando tem alguma gestante de risco ou quando algum paciente está acamado e é de alto risco.

Ela recorda que o programa Mãe Curitibana foi um avanço para a comunidade. "As mães ficavam mais tranquilas porque passaram a saber onde o bebê iria nascer, mas nós, servidores, também", lembra.

Eliana declara que trabalhar na Unidade de Saúde Dom Bosco é viver momentos de alegria, de emoção, de tristeza também. "Já salvamos muitas vidas e nunca deixamos de atender, não importa quem é a pessoa. Além disso, a gente participa de muitas histórias, vira conselheiro da comunidade. Vamos a formaturas, casamentos, velórios", diz.

Perguntada sobre os seus desejos para a comunidade, ela declara emocionada: "queria ver os adolescentes crescerem de forma saudável e felizes."