Carnaval Intercaps promove socialização e diversão saudável entre pacientes

Carnaval intercaps

“Já me chamaram de doido/ Já me quiseram internar/ Sou louco, então, mundo afora/ E ainda posso sonhar.” O trecho da marchinha da edição deste ano do Carnaval InterCaps retrata o dia a dia de pacientes, funcionários e familiares nos Centros de Atenção Psicossocial (Caps) de Curitiba. A música deu o tom do evento, realizado nesta sexta-feira (21/2), na Praça Oswaldo Cruz.

A letra da marchinha, composta pelo músico e coordenador do Caps Infantil Centro Vida, Ebenezer Muller, embalou mais de 200 foliões dos 13 Caps de Curitiba. “A música tem esse poder de emocionar e comunicar”, disse Muller.

Neste ano, o Carnaval InterCaps contou com a participação de uma bateria formada pela Liga das Baterias Universitárias. Cerca de 30 voluntários, de vários cursos e faculdades, formaram uma bateria mista para o evento. “A bateria tem esse papel de animar, contagiar e viemos trazer isso”, contou Gustavo Gomes, aluno do curso de Engenharia Florestal da Universidade Federal do Paraná.

Socialização
O padeiro Anderson Lima, que faz tratamento no Caps CIC, destacou a animação. “Traz alegria para a mente”, comentou.

Eventos como este promovem a socialização e quebram barreiras. “É uma forma saudável de diversão e integração, sem perder o foco da reabilitação psicossocial destes pacientes”, explicou Juliana Czarnobay, gerente de saúde mental da Fundação Estatal de Atenção em Saúde (Feas).

De longe, a aposentada Marlei Martini acompanhou, com orgulho, o filho de 32 anos se divertir longe das drogas. “Elas não fazem distinção. Meu filho tem quatro graduações. É um problema que pode afetar qualquer família”, destacou Marlei.

Sobre os avanços no tratamento, ela comemora: “O Caps Matriz tem feito toda a diferença. O acolhimento deles é muito bom.”