Qualidade: internato em Medicina no SUS de Curitiba está com vagas esgotadas em 2023
O novo programa de estágio eletivo da Fundação Estatal de Atenção à Saúde (Feas), vinculada à Secretaria Municipal da Saúde (SMS), na modalidade de internato de Medicina, já está com vagas esgotadas em 2023.
Ofertado nas áreas de Geriatria, Clínica Médica, Cirurgia Geral, Medicina Intensiva, Medicina de Emergência, Urologia e Anestesiologia, o programa é voltado para estudantes do quinto e do sexto ano do curso.
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O internato em Medicina é um estágio obrigatório e supervisionado, com foco prático, em que o estudante escolhe a especialidade em que quer participar. A duração varia de quatro semanas a 60 dias. O novo programa atraiu 23 alunos neste ano.
"A grande procura pelo programa é sinal da qualidade do conteúdo e da estrutura da nossa fundação para receber os estudantes", afirma a secretária municipal da Saúde, Beatriz Battistella.
Segundo a diretora de Atenção à Saúde da Feas, Tatiane Filipak, os programas de ensino da fundação, tanto nas residências (médica e multiprofissional), quanto nos estágios (de nível técnico e superior), são sempre concorridos.
“Como instituição de ensino, nossa missão é oferecer sempre a melhor qualificação aos profissionais de saúde e isso vai impactar diretamente a qualidade da assistência à população”, explica a diretora.
Duas unidades administradas pela Feas recebem os acadêmicos no internato: o Hospital Municipal do Idoso e a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) CIC, onde novas vagas ainda podem ser abertas.
A procura por vagas foi de estudantes de todo o Brasil. Os egressos têm aprovado o novo programa.
O Centro de Educação e Pesquisa em Saúde da fundação planeja oferecer, futuramente, vagas na área da Saúde Mental.
Estudantes
Matheus Ninuma veio de Manaus para o internato na área de Geriatria. “A oportunidade logo me chamou atenção, pelo diferencial de ser praticamente o único Hospital do Idoso do Brasil”, conta.
A escolha pela área buscava preencher uma “lacuna” no ensino. “O tempo em que estive no estágio me ensinou bastante sobre humanização do cuidado”, descreve Matheus. “Outro ponto que me encantou foi o funcionamento das multidisciplinaridades e o cuidado compartilhado”, acrescenta o estudante.
Para ofertar essa vivência aos alunos, a equipe do Centro de Educação e Pesquisa em Saúde se dedicou ao planejamento do programa de forma detalhada.
O cuidado começou no processo de seleção, envio de documentação, na parte jurídica e até com os preceptores, os profissionais que fazem o elo da parte teórica com a prática.
“Foram sete meses de planejamento para que o internato tivesse um formato mais individualizado e personalizado, com vagas limitadas, o que permite aos acadêmicos esse acesso ao serviço, aos residentes e aos preceptores”, conta Gabriela Brandt, analista de Ensino e Pesquisa.
Acolhimento
O modelo foi elogiado por Francisco Boçon Junior, estudante do último período de Medicina pela Universidade Federal do Paraná (UFPR).
“O acolhimento dos preceptores foi excelente, fizeram me sentir parte da equipe e eu conseguia discutir todos os casos com eles”, diz Francisco.
O estudante relata uma experiência inédita em estágios voluntários: o acesso direto a dados do prontuário, como exames de imagem, “o que me permitia desenvolver melhor a avaliação do caso clínico.”
Atuar em unidades do serviço público também possibilita ao estudante conhecer a rede e o Sistema Único de Saúde (SUS). Francisco relembra o caso de uma paciente da emergência com suspeita de dengue. “Me surpreendeu a agilidade do serviço para o atendimento”, afirma.
Ele conta que o processo de contato com o setor de Controle de Infecções Hospitalares (SCIH), com notificações, coleta e resultado do exame, demonstrou como “o serviço está bem integrado à Rede Municipal de Saúde”.
Ensino
Investir em ensino é uma missão da Feas. Em 2022 houve a volta plena dos estágios (que foram restritos no período crítico da pandemia). Foram 16 entidades de ensino de nível técnico e superior credenciadas e mais de 2,2 mil estagiários durante o ano passado nas unidades da fundação.
Realizado em parceria com a Secretária Municipal da Saúde (SMS), e reconhecidos em todo o Brasil, os programas de residência contaram com 112 profissionais no ano passado em programas como Saúde do Idoso, Enfermagem em Urgência e Emergência, Clínica Médica, Medicina Intensiva e Geriatria.
Os Programas de Residência Médica e em Área Profissional da SMS/Feas utilizam a simulação realística e aulas de habilidades para o treinamento em serviço de seus residentes.
“São aulas que permitem conhecer procedimentos como intubação orotraqueal, acesso venoso central, atendimento ao choque séptico, simulação realística de emergências obstétricas e parto normal, emergências cardiológicas e de trauma”, conta Tatiana.
As aulas são realizadas na sala de simulação do Centro de Capacitação e Desenvolvimento Humano (Cecadeh) da Feas e ministradas pelos preceptores, supervisores de programas de residência da fundação e por professores convidados.
Para saber mais sobre o internato de Medicina e demais programas de ensino realizados pelo Centro de Educação e Pesquisa da Feas, acesse aqui.
A Feas é uma fundação pública da Prefeitura de Curitiba. Segue as diretrizes e estratégias definidas pela Secretaria Municipal de Saúde e está em 28 unidades (da atenção primária à hospitalar) do SUS de Curitiba.