Vai viajar no feriadão? Secretaria da Saúde de Curitiba alerta sobre prevenção contra a dengue

Vai viajar no feriadão

Com a chegada de um feriado prolongado, quando muitas pessoas se deslocam pelo estado, e o registro de grande número de municípios com casos positivos de dengue, a Secretaria Municipal da Saúde de Curitiba (SMS) pede reforço nas ações preventivas contra a doença: eliminação de recipientes que acumulam água e podem se tornar criadouros do mosquito Aedes aegypti, transmissor da dengue, zika e chikungunya.

Além disso, é preciso estar atento aos sintomas da dengue, que se confundem com várias doenças virais. Febre alta, dor de cabeça e atrás dos olhos, dores pelo corpo, mal estar, manchas vermelhas na pele, náuseas e vômitos são sinais que não devem passar despercebidos.

“Quem viaja para regiões onde há epidemia de dengue precisa se proteger, inclusive com o uso de repelentes”, alerta o diretor do Centro de Epidemiologia da SMS, Alcides de Oliveira.

Segundo ele, a proteção contra picadas do mosquito é necessária principalmente ao longo do dia, pois o Aedes aegypti tem hábitos diurnos. Também é importante vestir calças e camisas de mangas compridas para proteger as áreas do corpo que o mosquito possa picar, além da utilização de mosquiteiros sobre a cama, telas em portas e janelas e, quando disponível, ar-condicionado.

Caso a pessoa adoeça, é preciso ficar atento aos sintomas característicos da dengue e relatar ao profissional de saúde por onde circulou para que seja feito o diagnóstico precoce, o tratamento adequado e o bloqueio pelas equipes de vigilância.

Bloqueio

Ao identificar um caso de dengue na cidade, as equipes do Programa de Controle do Aedes iniciam ações de bloqueio na região onde a pessoa reside em busca de criadouros do mosquito transmissor. Os agentes de endemias visitam as residências e comércios ao redor da casa onde foi confirmado o caso, além de promover mutirões de limpeza no bairro.

Números

No boletim informativo da Dengue, que registra números de janeiro a maio de 2023, Curitiba confirmou 382 casos da doença, sendo que 12 são autóctones, ou seja, a contaminação aconteceu na cidade. Em 2022, foram contabilizados 227 casos em Curitiba, dos quais cinco eram autóctones.

Os 12 casos autóctones de 2023 foram identificados nos bairros Atuba (3), Boqueirão (1), Centro (2), Guaira (1), Santa Cândida (1), Tatuquara (2), Uberaba (1) e Umbará (1). Todos os pacientes se recuperaram sem a necessidade de internação.

Prevenção

A principal medida preventiva contra a dengue é reduzir a infestação do mosquito transmissor, o Aedes aegypti. Para isso, é necessário que as pessoas façam semanalmente uma vistoria em suas casas, quintais e locais de trabalho para eliminar tudo que pode acumular água e se tornar criadouro.

“O ciclo de procriação do mosquito é de uma semana, entre a fase de ovo, larva e mosquito adulto. Por isso a vigilância deve ser permanente”, destaca a coordenadora do programa municipal de controle do Aedes, Tatiana Faraco.

A fêmea do mosquito coloca seus ovos em recipientes que podem acumular água, desde uma tampinha esquecida no quintal a tonéis de reserva de água da chuva, por exemplo. Os ovos do mosquito podem sobreviver por um ano no ambiente e quando há condições ideais de umidade e calor, é reiniciado o ciclo de procriação.

“Não podemos perder a batalha para o mosquito. Curitiba nunca enfrentou uma epidemia de dengue e para nos mantermos assim é preciso a colaboração de todos”, ressalta a secretária municipal da Saúde, Beatriz Battistella. Ela lembra que mesmo com as temperaturas mais baixas, é preciso manter o monitoramento para eliminar os criadouros.

Curitiba mantém o trabalho permanente das equipes do Programa Municipal de Controle do Aedes com vistorias, monitoramento com uso de armadilhas ao inseto, uso de tecnologias como o drone e um cronograma de mutirões de limpeza. Além disso, é preciso que cada cidadão faça sua parte.

O acúmulo de água parada contribui para a proliferação do mosquito e, consequentemente, maior disseminação da doença. Para reduzir a infestação de mosquitos deve-se, sempre que possível, eliminar criadouros ou manter os reservatórios e qualquer local que possa acumular água totalmente cobertos com telas, capas ou tampas, impedindo a postura de ovos do Aedes aegypti.

A doença

A dengue é a arbovirose (doença transmitida por vetores) urbana mais prevalente nas Américas, principalmente no Brasil. É uma doença febril que tem se mostrado de grande importância em saúde pública nos últimos anos.

O vírus dengue (DENV) é um arbovírus transmitido pela picada da fêmea do mosquito Aedes aegypti e possui quatro sorotipos diferentes (DENV-1, DENV-2, DENV-3 e DENV-4).

Sintomas

Os sintomas mais comuns são:

  • Febre alta (usualmente entre 2 e 7 dias) associada a dois ou mais dos seguintes itens:
  • Náuseas ou vômitos
  • Manchas vermelhas no corpo
  • Dor no corpo e articulações
  • Dor de cabeça ou dor atrás dos olhos
  • Mal estar
  • Falta de apetite

Todo caso suspeito deve ser notificado, acompanhado e orientado para usar repelentes durante o período agudo de sintomas (primeiros 7 dias). O uso de repelentes nesse período visa afastar o risco de contaminação de mosquitos e retransmissão da doença na região.

Vistorie sua casa

  1. Mantenha bem tampados: caixas, tonéis e barris de água.
  2. Coloque o lixo em sacos plásticos e mantenha a lixeira sempre bem fechada.
  3. Não jogue lixo em terrenos baldios.
  4. Se guardar garrafas de vidro ou plástico, mantenha sempre a boca para baixo.
  5. Não deixe a água da chuva acumular sobre a laje.
  6. Encha os pratinhos ou vasos de planta com areia até a borda.
  7. Se guardar pneus velhos, retire toda a água e mantenha-os em locais cobertos, protegidos da chuva.
  8. Limpe as calhas com frequência, evitando que galhos e folhas possam impedir a passagem da água.
  9. Lave com frequência, com água e sabão, os recipientes usados para guardar água, pelo menos uma vez por semana.
  10. Os vasos de plantas aquáticas devem ser lavados com água e sabão, toda semana. É importante trocar a água desses vasos com frequência.