Prefeitura de Curitiba capacita equipes e intensifica as ações de prevenção da morte materna

Prefeitura de Curitiba capacita equipes e intensifica as ações de prevenção da morte materna

O Dia Internacional da Mulher, 8 de março, foi o escolhido pela Secretaria Municipal da Saúde (SMS) de Curitiba para reunir profissionais da atenção materno-infantil em uma capacitação de prevenção do “near miss materno” ou “quase perda”. O encontro foi realizado de forma híbrida, presencial e on-line, e reuniu cerca de 200 profissionais da área de assistência, vigilância, epidemiologia, serviços contratualizados e maternidades. A organização do evento é uma parceria da SMS, por meio do Comitê Pró-Vida de Prevenção da Mortalidade Materna, Infantil e Fetal de Curitiba, com a Secretaria de Estado da Saúde.

“O público deste evento é especialista em atenção materno-infantil e atende nossas gestantes e bebês com todo o cuidado necessário. O que estamos fazendo aqui é chamar a atenção desses profissionais para um olhar além dos protocolos, para a sensibilidade necessária a fim de intervir e evitar a quase perda e suas sequelas”, disse a secretária municipal da Saúde, Beatriz Battistella. “É o cuidado com a vida, fazer tudo o que é preciso para começar bem uma nova vida”.

Segundo a secretária, Curitiba oferece às gestantes e seus bebês tudo que é necessário para uma gravidez tranquila e com saúde: pré-natal completo com consultas, exames, vacinas, classificação de risco, medicações, definição do hospital adequado para o parto de acordo com o risco gestacional e todo o processo de cuidado desde o planejamento familiar até o acompanhamento do crescimento saudável da criança.

O evento desta sexta-feira lançou o desafio de qualificar ainda mais esse atendimento, com a união de esforços de todos os envolvidos na atenção materno-infantil em investigar, com sensibilidade, fatores que podem ser determinantes no agravamento da situação de saúde das gestantes e que, sem a intervenção adequada, podem determinar uma situação de quase morte evitável ou sequelas para a mãe e toda sua família.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) define near miss como “mulher que quase morreu, mas sobreviveu a complicações graves durante a gravidez, o parto ou até 42 dias após o término da gestação”.

Para a chefe da Divisão de Atenção à Saúde da Mulher da Secretaria de Estado da Saúde, Carolina Poliquese, é preciso ir além da investigação das causas de mortalidade materna e do near miss. É preciso intervir antes que essas situações ocorram.

“A gente agradece a parceria com a Secretaria Municipal da Saúde, que aceitou o desafio de estar junto nesse trabalho. Vamos em conjunto rever protocolos e fluxos com a atenção primária e especializada para qualificar ainda mais a atenção materno-infantil no Paraná”, disse a coordenadora estadual.

A presidente da Sociedade Paranaense de Ginecologia e Obstetrícia (Sogipa), Acácia Nasr, parabenizou os envolvidos no evento e se colocou à disposição para um trabalho conjunto.

“Cuidar dessas mulheres que sobreviveram a uma situação adversa da gestação é muito importante. Temos que zelar por essas mulheres para que elas estejam com seus filhos e essas crianças possam desenvolver todo seu potencial”, disse a médica, ressaltando que a associação existe no Paraná desde 1952 e “é com muito prazer que a gente se alia neste momento ao SUS, porque nenhum óbito materno evitável deve ocorrer e todos temos que trabalhar para isso”, finalizou.

Discussões

Durante toda a manhã, o grupo reunido pôde abordar a contextualização do near miss materno no Paraná e a implementação do programa em Curitiba. Além disso, puderam participar de uma mesa redonda para discutir as experiências da atenção primária, especializada e de alta complexidade no monitoramento e notificação do Near Miss Materno em Curitiba.

Rede Mãe Curitibana Vale a Vida

A rede é um dos pilares do plano de governo do prefeito Rafael Greca na área da saúde. Trata-se de uma ampliação do programa Mãe Curitibana, criado em 1999, que, por sua vez, teve como precursor o programa Nascer em Curitiba Vale a Vida, instituído na primeira gestão do prefeito Rafael Greca.

A Rede Mãe Curitibana Vale a Vida incorpora conceitos de integração de ações e continuidade do cuidado à Saúde da Mulher, coordenados pelas equipes da atenção primária. Nessa reformulação, ampliou-se a experiência exitosa do programa que reduziu os indicadores de mortalidade materna infantil ao longo dos anos em Curitiba.

Em 2018, teve seus protocolos atualizados com a inclusão de estratificação de risco das gestantes, atualização de medicamentos, ampliação de exames e realização de pré-natal odontológico.