Elogios às unidades de saúde cresceram 46% em 2014

00158886

 

Informações levantadas junto à Central de Atendimentos e Informações 156 da Prefeitura e à Ouvidoria do SUS Curitiba indicam que cresceu a satisfação da população com as unidades de saúde da capital paranaense. Ao longo de 2014, o número de elogios aos serviços e à infraestrutura desses locais cresceu 46% em relação ao ano anterior. Simultaneamente, as reclamações recuaram 7,4%.

Ao todo, foram registrados mais de 13,6 mil atendimentos relacionados às unidades de saúde em 2014 – 8,4 mil reclamações, 3 mil solicitações e 2,1 mil elogios. O agendamento de consultas especializadas, o programa Mãe Curitibana, a higiene e limpeza dos locais de atendimento e os equipamentos da unidade lideram o ranking dos elogios, seguidos da satisfação com o atendimento profissional.

“Um avanço de quase 50% nos elogios em um ano é muito significativo e um fato que precisa ser celebrado. Ainda temos muitos desafios a vencer, mas é recompensador ver que o empenho das equipes de saúde e os avanços de gestão implementados recentemente estão sendo reconhecidos pela população”, diz o secretário municipal de saúde, Adriano Massuda.

Na Unidade de Saúde Tarumã, no Bairro Alto, o número de elogios triplicou entre 2013 e 2014. Para a coordenadora Letícia Constantino Assumpção Meister, trata-se do resultado do vínculo que os profissionais da US mantêm com os pacientes. “Acredito que a população se sinta muito bem acolhida na unidade. Todos os que aqui atuam são muito cuidadosos com a comunidade” diz.

A aposentada Rosa Lepchak faz acompanhamento na US Tarumã há dez anos. Segundo ela, o atendimento dispensado a ela e à filha que necessita de atenção psiquiátrica é “especial”. “No último ano, a unidade conseguiu melhorar mais ainda, o tempo de espera reduziu muito. Quando precisei de especialista, também percebi que a fila também tinha diminuído”, cita ela, que tem diabetes e hipertensão.

Nos últimos dois anos, registrou-se um aumento de 164% no número de consultas de enfermagem realizadas na rede pública municipal. Hoje, são feitos em média 150 mil atendimentos ao mês pelo corpo de enfermeiros, o que consequentemente facilita o acesso do usuário do SUS. O resgate do papel assistencial desses profissionais faz com que haja maior parceria com a ação dos médicos – muitas vezes o problema acaba sendo resolvido pelo próprio enfermeiro, como nas coletas de exame preventivo, curativos e outros atendimentos que ele é capacitado a realizar.

A coordenadora da US São Braz, em Santa Felicidade, Deisi Tortelli, diz que toda a equipe empenhou-se na melhora do atendimento ao longo do ano passado, inclusive após analisar os dados recebidos da Ouvidoria do SUS. “Atuamos em uma região grande, com mais de 25 mil usuários cadastrados, e com uma comunidade muito exigente”, diz Deisi. Avançar no quesito satisfação – ao ver o número de elogios sextuplicar em 2014 –, portanto, é comemorado com mais intensidade. O distrito sanitário de Santa Felicidade foi o que registrou maior aumento no índice de elogios (127%) no ano passado, seguido de CIC (86%) e Boqueirão (80%).

A Secretaria Municipal da Saúde investiu R$ 2,6 milhões em equipamentos para as 109 unidades de saúde de Curitiba, que no ano passado receberam macas ginecológicas, estetoscópios, canetas odontológicas de alta rotação, balanças digitais, espirômetros, eletrocauterizadores, eletrocardiogramas digitais, detectores cardíacos fetais, balanças pediátricas, entre outros aparelhos.

Pronto atendimento

Nas unidades de pronto atendimento (UPAs) também houve melhora em um indicador de satisfação dos usuários: as reclamações caíram 12% em 2014 em relação ao registrado no ano anterior.

Entre outros fatores, a ampliação do horário de dez unidades de saúde, que passaram a operar até as 22 horas, possibilitou a diminuição da procura pelas UPAs, 24 horas, que precisam ter foco de atendimento nas urgências e emergências. “Paralelamente, houve maior integração e aproximação entre as equipes das unidades de saúde e UPAs de cada distrito, o que permitiu o encaminhamento dos casos mais simples para consultas marcadas em unidades”, diz Massuda.

Além disso, houve redução no tempo de permanência de pacientes psiquiátricos e daqueles que aguardavam leitos de UTI. Os resultados são fruto dos novos serviços de acolhimento 24 horas em Centros de Atenção Psicossocial (Caps) e da aproximação com a rede de hospitais que atende o SUS na capital. Em 2014, as nove UPAs de Curitiba realizaram 1,4 milhão de atendimentos.

Em relação às UPAs, foram registrados, na Central 156 e na Ouvidoria, mais de 5 mil atendimentos no ano passado. A contratação de novos médicos para as UPAs permitiu redução das horas extras executadas e a diminuição do tempo médio de espera para os casos de urgência e emergência, de 3 horas para 1h30min.

Problemas de saúde de pequena complexidade, que poderiam ser atendidos em unidades de saúde, ainda têm média de tempo de espera mais longa, o que explica a liderança no quesito demora no atendimento entre as reclamações referentes às UPAs. Por outro lado, costumam ser elogiados o atendimento profissional, recursos materiais e o fluxo de atendimento.