Novos equipamentos ajudam a combater sedentarismo em unidade de saúde

00159208Pacientes da Unidade de Saúde Ouvidor Pardinho, em Curitiba, estão participando de um projeto experimental para avaliar as condições físicas e nutricionais utilizando aparelhos de bioimpedância (similares a balanças) e outros equipamentos, que fornecem dados como peso, índice de massa corporal, porcentual de massa magra e taxa metabólica basal, entre outros. O projeto, que começou há pouco mais de um mês, visa à redução do sedentarismo e à adoção de uma alimentação mais equilibrada. Alguns participantes, que tinham como objetivo emagrecer, já registraram perda de peso nestes primeiros dias.

A nutricionista Alcionê Pereira Grivot Mandarino, do Núcleo de Apoio ao Saúde da Família (Nasf) do Distrito Matriz, é quem coordena o projeto e o acompanhamento dos pacientes. São 35 pessoas que, além de registrar seus dados nos aparelhos de bioimpedância, adotam um equipamento chamado de “actímetro” para uso diário. O actímetro é um monitor portátil de atividade física que calcula, inclusive, quantos passos a pessoa caminha durante um dia.

As informações obtidas pelos actímetros individuais são transferidas para um banco de dados e o próprio software avalia o desempenho individual de cada paciente e o que deve ser feito para melhorar o rendimento. “Desde que este trabalho começou, as pessoas demonstram estar mais conscientes sobre os riscos do sedentarismo e da necessidade de se ter hábitos de vida mais saudáveis”, salientou. Alcionê explicou que nessa primeira fase do projeto buscou-se pessoas com perfis variados – por exemplo, ex-fumantes, obesos, pessoas com peso normal mas sedentárias.

O secretário municipal de Saúde, Adriano Massuda, lembrou que há cerca de dois anos foi procurado pela Agência Japonesa de Cooperação Internacional (Japan International Cooperation Agency - JICA), interessada na experiência de Curitiba na área de saúde pública. “As empresas japonesas estão desenvolvendo diversos tipos de recursos para melhorar a assistência aos pacientes. E o objetivo da agência japonesa era ver como esses equipamentos funcionariam aqui no Brasil, mas, para isso precisavam de um sistema de saúde consolidado e nos procuraram”, relatou.

Controle

Depois de parar de fumar e aderir às atividades físicas regulares, o advogado Edenílson Stadler Domingues da Silva, 39 anos, percebeu que estava perdendo peso e ficou preocupado. Após a avaliação de bioimpedância e a consulta com a nutricionista, ele descobriu que precisaria se alimentar melhor para ganhar massa muscular. “Os exames também revelaram que minha taxa de colesterol estava elevada. Estou buscando uma alimentação mais equilibrada para evitar problemas futuros”, comentou.

A dona de casa Eldie Dilma Menezes, 71 anos, aderiu ao programa e, em menos de um mês, conseguiu eliminar quase quatro quilos. Ela disse que, mesmo quando viaja, evita exagerar na alimentação. “Estou me sentindo muito bem, pois com a reeducação alimentar e os exercícios não tenho mais tanta ansiedade na hora de comer”, explicou.

Já o gestor financeiro Ricardo Henrique Arenhart Soares, 27 anos, afirmou que, apesar de estar em boa forma física, está participando do projeto como forma de autoconhecimento para saber se está se alimentando e se exercitando adequadamente.

De acordo com o diretor do Departamento de Atenção Primária à Saúde, Paulo Poli, dependendo dos resultados desse projeto experimental, a Secretaria vai avaliar a viabilidade de estender a iniciativa para as demais unidades de saúde de Curitiba.