Projeto para combater o sedentarismo será ampliado para toda a rede de saúde

00159704O projeto-piloto que avalia as condições físicas e nutricionais da população por meio de aparelhos de bioimpedância, atualmente em funcionamento na Unidade de Saúde Ouvidor Pardinho, no Rebouças, será ampliado em breve para outros locais. O objetivo da iniciativa é estimular mais pessoas a buscar uma alimentação mais equilibrada e reduzir o sedentarismo. O projeto foi viabilizado em Curitiba graças a uma parceria com uma empresa de tecnologia japonesa que desenvolve equipamentos para a área de saúde.

Nesta quinta-feira (05), a consultora de saúde Tomoe Otani, do The Japan Research Institute – ligado ao governo japonês –, o diretor da empresa japonesa Tanita, Michio Ishino, e o diretor de projeto da Câmara de Comércio e Indústria Brasil Japão do Paraná, Fujio Takamura, reuniram-se em Curitiba com o secretário de Saúde, Adriano Massuda, para avaliar os resultados da primeira fase do projeto de bioimpedância, realizado entre os meses de janeiro e fevereiro.

Os equipamentos de bioimpedância utilizados em Curitiba são similares a balanças e fornecem dados como peso, índice de massa corporal, porcentual de massa magra, taxa metabólica basal, entre outras informações. No projeto-piloto, os participantes também adotavam um equipamento chamado de “actímetro” ou “pedômetro” para uso diário – um monitor portátil de atividade física que calcula, inclusive, quantos passos a pessoa caminha durante um dia.

A nutricionista Alcionê Pereira Grivot Mandarino, que coordenou o projeto-piloto pela Secretaria, disse que percebeu entre os 35 participantes uma maior conscientização sobre as necessidades de cuidados com a alimentação, a saúde e a prática de exercícios físicos. Segundo ela, os participantes tinham perfis, idades e objetivos bem diferentes, mas, em comum, todos demonstraram mais interesse em cuidar da própria saúde. “Nem todos perderam peso, até porque o grupo era bem heterogêneo e alguns não tinham este objetivo. Mas, em geral, eles passaram a se alimentar melhor e aqueles que eram sedentários começaram a se exercitar”, comentou.

Prevenção

Massuda, que esteve no Japão na semana passada juntamente com Alcionê e o diretor do Departamento de Atenção Primária da Secretaria, Paulo Poli, lembrou que no Brasil esse tipo de tecnologia ainda é usado principalmente no tratamento de doenças – no caso a obesidade. “É uma grande diferença de conceito, porque no Japão isso é usado entre a população em geral para manter e aprimorar a qualidade de vida”, observou.

Tomoe Otani reforçou que em seu país os aparelhos de bioimpedância estão se tornando equipamentos de uso doméstico que fornecem importantes informações para a população. “O Japão tem diversas empresas que trabalham com alta tecnologia para a área da saúde e queríamos ver como esses produtos seriam utilizados aqui no Brasil. Para isso, escolhemos Curitiba, devido ao seu modelo de sistema de saúde”, comentou a consultora.