Fila de espera da radiologia é quase zerada com o mutirão da Saúde

Com a estratégia Saúde Já, em menos de três meses a fila de pacientes que esperavam atendimento na área de radiologia foi quase zerada. Quando a ação continuada de mutirão nesta especialidade começou, no dia 10 de março, a fila passava das 17 mil pessoas e o tempo de espera pelo exame era de seis meses. Desde então já foram realizados mais de 29 mil agendamentos, superando o número de atendimentos na fila inicial. Agora restam apenas 197 pessoas para serem agendadas, o que configura uma redução de 98,9% em relação a fila de espera original.
“Estamos mostrando que, com empenho, é possível trazer resultados concretos para a população curitibana”, avalia o prefeito Rafael Greca. “Tenho dito sempre que a Saúde é nossa prioridade; esses resultados são a melhor tradução do empenho da Prefeitura na área.”
De acordo com a superintendente de Gestão em Saúde, Márcia Huçulak, com o Saúde Já “a proposta é equacionar as filas existentes e não deixar formar outra fila novamente”.  Do total das filas das especialidades, 29%, em média, em todas as especialidades foram atendidas a partir da estratégia Saúde Já.
Mais agilidade
O propósito dos mutirões do Saúde Já é o de atender todos os pacientes que estavam na fila de espera e também agilizar o agendamento dos pacientes novos – para esses, o que antes demorava meses está sendo feito em dias.
Os atendimentos de radiologia são realizados no Hospital do Idoso e nas Unidades de Pronto Atendimento (UPA) do Boa Vista, Boqueirão, Cajuru, Fazendinha e Sítio Cercado.
A prestação do serviço engloba os diagnósticos por imagem, entre eles o raio x, e ajuda a detectar uma variedade de problemas de saúde – desde fraturas, artrite e crescimentos ósseos anormais até casos de câncer.  
Para combater a fila inicial de mais de 17 mil raios x o Hospital do Idoso ampliou os horários de atendimento para o Saúde Já. Uma equipe de 20 médicos radiologistas, 85 técnicos 25 assistentes administrativos está à disposição da população das 6 horas às 22h30 de segunda a sábado e aos domingos das 8 horas às 20h.
“Isso representou um incremento de quase 4.500 exames por mês”, explica o enfermeiro Mário Gilberto Jesus Nunes, gerente do ambulatório e SADT (serviço de apoio ao diagnóstico e terapia) do Hospital do Idoso.
Conduta clínica
O aumento da oferta e a agilidade no agendamento contribuem não só na redução das filas de espera. Em grande parte dos casos os exames são necessários para fechamento de diagnóstico e definição da conduta clínica.
A demora para sua realização pode resultar em prejuízos ao paciente. “Tendo uma oferta aumentada e possibilitando uma agilidade no agendamento contribuímos com um diagnóstico mais rápido e eficaz e um tratamento mais resolutivo”, diz Nunes.
Segundo o enfermeiro, a população tem elogiado os horários ampliados e o atendimento recebido pela equipe do hospital. “Também há uma satisfação grande porque assim que o médico solicita um exame de raio-x ele é marcado para ser feito em alguns dias”, diz.
Nunes também destaca que Hospital do Idoso manterá esse atendimento ampliado de forma permanente, como forma de atender melhor a população, com mais opções de horário para os pacientes.
Ortopedia
Quem estava na fila de espera para o atendimento na área de ortopedia também sentiu o impacto positivo do Saúde Já. A ortopedia também era uma das maiores filas existentes. Em menos de dois meses houve uma redução de 25% na fila. O trabalho começou no dia 6 de abril, quando mais de 25 mil pessoas aguardavam atendimento. Agora, esse número caiu para 19 mil.
O mutirão de ortopedia geral é realizado no Hospital de Clínicas (HC), das 17 horas às 20 horas, por uma equipe de três médicos. Eles atendem exclusivamente os pacientes encaminhados pela Prefeitura. O médico Luiz Antonio Munhoz da Cunha, encarregado pelo trabalho, explica que o objetivo do atendimento é “qualificar a fila”.
“Nós estamos fazendo um mutirão de consultas”, diz. “Nós fazemos uma avaliação desses pacientes (que foram encaminhados pela Secretaria Municipal de Saúde e estão na fila de espera) e damos um feedback para a Prefeitura.”
As consultas são feitas para determinar quais dessas pessoas precisam de atendimento, ou procedimento cirúrgico, com mais urgência. O encaminhamento posterior é feito pela Prefeitura.
Segundo Cunha, entre 30 e 40% dos pacientes atendidos precisam passar por cirurgia. Os demais casos são situações de menor gravidade, que podem ser resolvidas por caminhos mais simples.
Melhoria na prática
Silvinha Gelinski foi uma das beneficiadas pelo mutirão de ortopedia. Ela foi encaminhada pela Prefeitura para consultar no HC porque sentia fortes dores na base da coluna. “Foi um mês mais ou menos (entre a indicação do médico no posto e o atendimento pelo mutirão), cheguei lá e fui atendida bem rápido”, conta.
Ela já foi reencaminhada e agora espera cirurgia – que já está agendada. “Eu acho que isso ajuda bastante a população, porque normalmente é muito demorado, se precisar realmente de uma cirurgia demora para conseguir”, constata. “Eu gostei bastante”.
Já a aposentada e ex-auxiliar de enfermagem Estelita de Oliveira Sales estava na fila para o atendimento ortopédico havia três anos. Ela precisa de acompanhamento médico pois sofre de desgaste de ossos e tem cinco bicos de papagaio na coluna. Entre o momento que ela foi chamada e a consulta se passou apenas uma semana.
“Eu estou achando muito bom, isso vai ajudar muita gente porque tem muitas pessoas como eu que estão esperando não só há três anos, mas há mais de cinco anos”, afirma.