Palhaço terapêutico visita pacientes no Hospital do Idoso
“Com ou sem jaleco?”. Esta era a pergunta dos voluntários do grupo Nariz Solidário ao palhaço terapêutico Olivier-Hugues Terreault antes de iniciarem a visita aos pacientes no Hospital do Idoso Zilda Arns, nesta sexta-feira (25/8).
Foram sem jaleco. E em trajes de época e de gala. Isso porque para Terrault, canadense radicado no Rio de Janeiro e especializado na humanização hospitalar por meio da arte do palhaço, é fundamental que, na interação com idosos, seja oportunizado que o paciente não se sinta em uma situação de que está sendo cuidado, mas de protagonista do momento terapêutico. Terrault foi convidado pelo grupo de voluntários para conhecer o hospital e ministrar palestras em Curitiba sobre seu trabalho.
“O traje é de gala, porque visitas importantes chegam bem vestidas. O paciente vai perceber que me arrumei elegantemente por ele. Com os elementos de época, há o resgate da memória desse paciente. E, com a maquiagem do palhaço, tem a abertura para o jogo, para a brincadeira, que eles entendem e jogam junto.”
É a primeira vez que o palhaço terapêutico vem a Curitiba. E além de conhecer o Hospital do Idoso, aceitou demonstrar algumas das técnicas ao lado do grupo Nariz Solidário, que faz visitas mensais aos pacientes do local. “Para nós, receber alguém que em adaptar seu trabalho aos idosos é uma honra e sabemos que motiva a outros grupos a também especializarem sua atuação de palhaços, em benefício da humanização do ambiente dos hospitais, que é nosso maior objetivo”, diz a coordenadora do Voluntariado do Hiza, Valéria Azevedo.
“Vejo que no Brasil, a terapia hospitalar infantil se desenvolveu de forma espetacular, mas no caso do idoso, ainda é um trabalho pouco personalizado e que exige sutilezas”, avalia Terrault.
Nos quartos e corredores do hospital, arrancaram sorrisos de pacientes, familiares e funcionários. Não à toa: distribuíram graça, piadas, beijos, simularam situações do mundo fora do hospital (até um casamento). “Gostei da visita. A gente se distrai um pouco, fica mais feliz”, conta a paciente Jovaldina Maria Santiago, 89 anos. “É bom saber que tem pessoas interessadas em cuidar do coração dos doentes. E contagia a gente também, que está só acompanhando”, disse a neta de Jovaldina, a professora Flávia Cristina Canan, 40 anos.