HepAids 2017 termina com a apresentação de avanços na prevenção

Termina nesta sexta-feira (29/9), o 11º Congresso HIV/Aids e o 4º Congresso de Hepatites Virais, na Expo Unimed. Durante quatro dias, o HepAids 2017, como é chamado, reuniu quatro mil pessoas e tornou a capital paranaense o polo nacional de discussões sobre as Infecções Sexualmente Transmissíveis (IST) e as novas estratégias de prevenção.

Com o tema deste ano Prevenção Combinada: Multiplicando Escolhas, o evento trouxe para o debate a adoção da estratégia de prevenção combinada como resposta à epidemia, alinhando o Brasil com o que há de mais avançado no enfrentamento global dessas infecções.

Ao contrário de ser calcada apenas na recomendação do uso do preservativo, a nova estratégia de prevenção adotada pelo Ministério da Saúde, oferece um conjunto de ações e opções preventivas a serem combinadas, segundo características de populações e indivíduos.

Além de incentivar o uso de preservativo, a prevenção combinada prevê: tratar todas as pessoas vivendo com HIV/Aids; testagem regular; prevenção da transmissão vertical de mãe para filho; imunização para hepatite B e HPV; diagnóstico e tratamento das pessoas com IST, redução de danos no uso de drogas e oferecer Profilaxia Pós-Exposição (PEP), quando houver situação de exposição ao risco.

O Ministério da Saúde também está incorporando a Profilaxia Pré-Exposição (PrEP) como mais uma opção de prevenção oferecida no SUS. “Colocando o Brasil como primeiro País da América Latina a adotar essa estratégia como política de saúde pública”, disse o ministro Ricardo Barros, na carta aos participantes do Congresso.

Pelo PrEP, pessoas que são soronegativas, podem receber diariamente uma pílula do Truvada, um medicamento antirretroviral que evita a contaminação pelo HIV em 90%, se tomado corretamente.

Pioneirismo de Curitiba

Durante todo o evento, Curitiba mostrou seu pioneirismo em relação ao enfrentamento da epidemia. Além de sediar o HepAids 2017, tornou-se a primeira capital do País a solicitar ao Ministério da Saúde a certificação que comprova a eliminação da transmissão vertical de mãe para filho.

Em palestra no evento, a secretária municipal da Saúde, Márcia Huçulak, disse que este resultado de Curitiba é uma construção que vem sendo realizada há anos. Márcia destacou a implantação do Programa Mãe Curitibana em 1999 e o protocolo de testagem nas gestantes.

“Com o Mãe Curitibana, o município foi o primeiro a implantar a testagem de HIV para as gestantes em sua rede”, disse. Além disso, a secretária destacou a descentralização da testagem em 2002 na rede de saúde municipal, a inclusão de teste rápido nas maternidades, o manejo da infecção pelo HIV diretamente na atenção básica (unidades de saúde), a implantação do PEP nas UPAs, além da participação em projetos inovadores como o A Hora é Agora, que prevê testagem móvel e disponibilização de envio de teste pela internet.