Retina do Bem avalia quatro mil pacientes na Unidade de Saúde Ouvidor Pardinho

Mutirão

Mais de quatro mil pessoas passaram pela Unidade de Saúde Ouvidor Pardinho, no Rebouças, neste sábado (10/11), para participar dos eventos Retina do Bem, com exames oftalmológicos, e Mutirão da Diabetes. O objetivo é prevenir a doença e a retinopatia diabética, mais conhecida como “cegueira do diabetes”.

Paralelamente, aconteceu no Parque Barigui a 7ª Caminhada do Diabetes. Neste ano, o tema da campanha foi A Família e o Diabetes, com o foco da importância da família no cuidado e controle da doença e do paciente.

De acordo com a Secretaria de Saúde, dos cerca de quatro mil avaliados neste sábado pelo menos três mil apresentavam sintomas de diabetes. As equipes identificaram problemas de retina, glaucoma e catarata em 784 pacientes. Eles foram encaminhados para dar prosseguimento ao tratamento.

Risco de cegueira

Em Curitiba, existem cerca de 54 mil pessoas com diabetes. A doença é silenciosa (não tem sintomas), mas tem rápida evolução e pode cegar. Por isso, o diagnóstico e o tratamento precoces são essenciais. O Retina do Bem fez exames oftalmológicos de Fundo de Olho em pacientes atendidas nos postos de saúde de Curitiba.

Nos casos indicados, também foram ofertados exames complementares, como o Mapeamento de Retina, e o procedimento da Fotocoagulação a Laser. Casos mais graves são encaminhados para cirurgia, após as medidas iniciais. Quem precisou de acompanhamento ou de manutenção do tratamento já saiu com a data da consulta agendada.

“Além das orientações que recebem em nossas unidades de saúde, estes pacientes têm a necessidade de fazer uma avaliação de sua retina. E o voluntariado dessas clínicas nos permite fazer a avaliação de milhares de pacientes num dia só”, disse a secretária de Saúde, Márcia Huçulak, que participou do evento.

Ela destacou a parceria com o Centro Paranaense de Oftalmologia e Hospital da Visão para a realização deste evento, que marca também o Dia Mundial da Diabetes (14/11).

Embora exista um esforço para zerar a fila dos exames de retina, a secretária explicou que demanda sempre existe porque novos pacientes entram todos os dias. “No ano passado, tivemos quase quatro mil pacientes atendidos. Este ano conseguimos descentralizar: fizemos esta avaliação no Tatuquara, CIC, Bairro Novo e hoje estamos aqui na Praça Ouvidor Pardinho. O objetivo é ampliar o acesso aos pacientes”, citou.

Em prol do diabético

Além dos pacientes encaminhados pelas unidades de saúde, quem fez a procura espontânea também foi atendido. As equipes do Mutirão do Diabetes e Retina do Bem ofereceram avaliação completa do fundo de olho e tratamento para laser, teste de glicemia, aferição da pressão arterial, avaliação nutricional, física e de obesidade (que é um dos principais fatores para o desenvolvimento da diabetes tipo 2), e avaliação do pé diabético (uma das principais causas para amputação de membros inferiores).

“É um movimento em prol do diabético, onde a gente pensa todas as complicações que esta doença pode oferecer para a população de Curitiba”, explicou o médico oftalmologista e idealizador do do Mutirão do Diabetes, Cristiano Toesca Espinhosa, do Centro Paranaense de Oftalmologia.

Alta incidência

O problema é grave. No Brasil, mais de 10% da população é comprometida pela doença. A grande maioria da população não sabe. “Em uma campanha como esta, em que o paciente vem medir a glicemia, é possível realizar vários diagnósticos e este paciente já é orientado e já começa a tratar o diabetes, evitando as complicações mais graves como cegueira, insuficiência renal, amputações”, justificou Cristiano.

O oftalmologista João Guilherme Oliveira de Moraes, idealizador do Retina do Bem, explicou que este projeto é uma parceria com a Sociedade Brasileira de Retina em Vítreo e Associação Paranaense de Oftalmologia, que teve a ideia de fazer esta ação para dar acesso a pessoas que têm diabetes para fazer o exame de fundo de olho. “O paciente saiu daqui com o diagnóstico e com o tratamento já iniciado. Além disso, em parceria com a Prefeitura a gente faz o encaminhamento através do SUS já marcando consultas para óculos, cirurgia de catarata e doenças de retina”, relatou.

Perda de visão e sono

Morador do Boqueirão, Hamilton Trevisan, 61 anos, não perdeu a oportunidade de passar pelos exames. Ele foi neste sábado na Unidade de Saúde Ouvidor Pardinho e já fez a primeira aplicação de laser. “Descobri que tinha diabetes há 8 anos. Nos últimos tempos tenho sentido perda de visão e muito sono. Agora vou fazer o tratamento”, garantiu.

Robilan Saiz, 55 anos, também passou por lá. Morador do Abranches, ele tem diabetes há 5 anos e ficou feliz porque o exame de fundo de olho não constatou problema na retina. “Quero fazer o monitoramento anual e cuidar da saúde”, prometeu.