Pacientes da Unidade de Saúde Caiuá que têm diabetes e tomam insulina diariamente participaram nesta quinta-feira (12) de um encontro para serem orientados sobre os cuidados necessários com os pés e membros inferiores. A reunião, realizada na sede da Igreja Assembleia de Deus, no Caiuá, contou com 20 usuários da unidade de saúde. Todos eles passaram por avaliação para detecção de possíveis problemas de sensibilidade ou alterações que possam evoluir para amputações de membros.

O que há três anos era novidade agora é rotina. Nas unidades de saúde de Curitiba, a presença de imigrantes haitianos em busca de atendimento já não surpreende os profissionais – e a dificuldade inicial de comunicação vem sendo aos poucos superada com criatividade, dedicação, sensibilidade e boas ideias.

Na unidade de saúde Waldemar Monastier, no bairro Boqueirão, um aplicativo para celular foi a solução encontrada para facilitar a comunicação com os haitianos. Agentes comunitárias que trabalham na região estimam que há cerca de 90 haitianos vivendo na área de abrangência da unidade. Muitos deles ainda não falam fluentemente o Português. São, em geral, recém-chegados, e especialmente mulheres – maioria no grupo que domina apenas o idioma crioulo.

A Unidade de Saúde Capanema, na Vila Torres, em Curitiba, será fechada a partir desta segunda-feira (16) para uma ampla reforma. Construída na década de 80, a unidade – localizada atrás do campus da PUC – receberá novos piso e forro do telhado, pintura externa e interna, reparos nas conexões hidráulicas e elétricas, além de reparos no muro ao redor do terreno. A previsão é de que a reforma seja concluída em até 60 dias, mas as boas condições do tempo são fundamentais para a conclusão do trabalho dentro desse prazo.

O atendimento aos quase 5 mil usuários cadastrados será direcionado a espaços próximos da unidade para evitar transtornos à população. As consultas médicas serão realizadas no Centro de Saúde Irmã Eunice Benatto, (Rua Guabirotuba, 270 – portão 3 do campus da PUC). Já as consultas odontológicas serão transferidas para a Clínica Odontológica da PUC (Rua Imaculada Conceição, 1.155), com horários pré-agendados. Os dois locais ficam a apenas um quilômetro de distância do endereço da unidade. Vacinas, curativos e outros pequenos procedimentos serão realizados no Espaço Saúde da US Capanema (Rua Manoel Martins, 25), que será pintado após a conclusão das obras na unidade.

A revitalização da unidade de saúde faz parte do programa federal Requalifica UBS – Unidade Básica de Saúde – através do qual 98 unidades de Curitiba receberão investimentos e melhorias até o fim de 2016. Até o momento, 51 unidades tiveram suas reformas concluídas e outras 17 foram reformadas, mas parcialmente, porque ainda terão seus pisos trocados.

Programas da Prefeitura que facilitam exame e diagnóstico rápido ajudaram Curitiba a atingir um dos desafios no combate à aids, ao diagnosticar 94% dos casos estimados de pessoas vivendo com HIV/aids na cidade. A Secretaria Municipal da Saúde estima que existam hoje, na cidade, 13.388 pessoas convivendo com o vírus. Destas, 13.146 foram diagnosticadas. A meta faz parte de um objetivo proposto pelo Programa Conjunto das Nações Unidas sobre HIV/aids (Unaids/ONU) para erradicar a epidemia até 2030. Esse compromisso foi efetivado com a Declaração de Paris, em dezembro do ano passado, na França, da qual Curitiba foi uma das signatárias.

Dentro desse acordo – assinado por cidades como Curitiba, Salvador, Amsterdam, Genebra, Nova Deli, Kingston, Maputo, Porto Príncipe, Bangkok, Argel, Bucareste, Casablanca, Dakar e Paris –, a estratégia apresentada estabelece que, até 2020, seja atingida a meta de 90-90-90. Cada “90” é um dos componentes dessa meta. Ou seja, que 90% dos infectados pelo HIV sejam diagnosticados – item que Curitiba já conseguiu cumprir. Entre os diagnosticados, que 90% estejam em tratamento e que 90% dos pacientes tratados tenham carga viral indetectável (ou seja, um nível baixo que faz com que a doença não seja detectável em exame).