Caps Portão promove atividades para pacientes participarem da Copa de forma saudável

00149178Para estimular a participação saudável de seus usuários durante a Copa do Mundo, o Centro de Atenção Psicossocial AD (CAPs) Portão 24 Horas, destinado ao tratamento de dependentes de álcool e drogas, promoveu, nesta terça-feira (17), o Esquenta da Copa, com jogos educativos e atividades em grupo para os frequentadores do serviço. Durante toda a manhã, cerca de 100 pessoas participaram das ações, que terão continuidade ao longo de todo o Mundial de futebol.

O Caps AD Portão, que funciona em tempo integral e conta com nove leitos para acolhimento noturno, busca estimular atividades individuais e em grupos visando à reinserção social dos pacientes por meio de projetos terapêuticos. “Eles precisam ter autonomia para saber escolher as situações e os ambientes que irão frequentar para não colocar o tratamento em risco”, comentou a coordenadora do Caps, Ana Carolina Araújo dos Santos Schlotag.

Sandro, de 41 anos, conta que não lembra onde estava na última Copa do Mundo, disputada na África do Sul. “De tanto usar drogas, fiquei com sérios problemas de memória. Não sei se comemorei, nem mesmo se comi algo. A única certeza que tenho é que bebi e usei muitas drogas nesse período”, comentou.

O rapaz, que já passou por diversos internamentos em hospitais psiquiátricos e em clínicas de reabilitação, contou que ficou cerca de 15 dias em tratamento integral no Caps – inclusive dormindo no local. Há poucos dias, ele foi liberado para dar continuidade ao tratamento em casa, com o compromisso de comparecer às atividades e às consultas agendadas. “O Caps é sensacional, o melhor tratamento que eu fiz até hoje. Aqui, se eu berrar, tenho ajuda integral a qualquer momento”, comentou. “Agora eu acredito que vou reconstruir minha vida. A minha alta médica será o diploma da minha vida, vou emoldurar e colocar na parede para não esquecer jamais”, afirmou.

A.M., 34 anos, chegou ao Caps AD Portão na última sexta-feira, 13, por decisão própria, e por enquanto permanece em tempo integral no serviço. Ele, que também passou por diversas internações, disse que o que mais chamou sua atenção foi o “tratamento em liberdade”. “Aqui o portão fica aberto o tempo todo. Se eu quisesse sair, eu podia, porque dar continuidade ao tratamento é também uma decisão minha”, comentou.

Para se manter firme no propósito de se livrar da dependência química, ele conta com a ajuda dos profissionais do Caps e da mãe, Terezinha, que vai visitá-lo sempre que possível. “A história dessas pessoas que passam por aqui são todas iguais, só muda o endereço”, disse Terezinha, que viu o filho vender tudo dentro de casa para sustentar o vício.

Ana Carolina ressaltou que a principal diferença entre o tratamento nos Caps e as internações em outros espaços terapêuticos é justamente a responsabilização e o envolvimento com o processo.