Combater Aedes aegypti ajuda a evitar mais duas doenças além da dengue
A manutenção de cuidados para evitar a proliferação do Aedes aegypti continua a ser o melhor meio de controlar a dengue. E, recentemente, os brasileiros ganharam mais dois motivos para reforçar o combate contra o mosquito, que também é vetor dos vírus chikungunya e zika.
As três doenças são transmitidas pela fêmea do Aedes aegypti, que costuma ser infectada ao picar um doente durante o período de viremia, quando o vírus está em circulação no sangue. Infectado pelo vírus, o inseto pode transmiti-lo para outras pessoas ao longo de sua vida, que dura cerca de 30 dias. A chikungunya e a zika também são transmitidas por outras espécies de Aedes, como o Aedes albopictus, que também é encontrado em Curitiba.
Entre os cuidados para eliminar criadouros dos mosquitos estão manter a caixa d’água bem fechada, não acumular vasilhames no quintal, manter as calhas desentupidas, manter materiais de construção em locais cobertos e secos e colocar areia nos pratinhos de plantas. Proteger o corpo com roupas longas e repelente também é indicado quando viajar para locais em que há infestação do inseto.
“Mantemos ações constantes no município para controlarmos a proliferação do mosquito. Entre as medidas adotadas estão a inspeção periódica de pontos considerados estratégicos, o monitoramento do inseto com o auxílio de armadilhas, inspeções em imóveis próximos à moradia de pacientes suspeitos, campanhas educativas e orientações em residências realizadas pelos agentes comunitários de saúde”, explica o diretor do Centro de Saúde Ambiental, da Secretaria Municipal da Saúde, Luiz Armando Erthal.
Até 26 de maio, 120 casos de dengue e um de chikungunya foram confirmados em Curitiba, sendo todos os registros importados, quando o vírus é contraído fora do município. Em toda a capital, foram identificados 444 focos do Aedes aegypti e 843 do Aedes albopictus. Em qualquer suspeita de dengue, chikungunya ou zika, orienta-se o paciente a procurar um serviço de saúde e evitar a automedicação.
Dengue
Mais conhecida entre as três doenças, a dengue é ocasionada por um vírus do gênero Flavivírus que tem quatro sorotipos diferentes – 1, 2, 3 e 4. “A manifestação dos sorotipos é igual. Quando uma pessoa é infectada pelo tipo 1, fica imune àquele tipo, mas pode contrair os outros tipos posteriormente”, afirma a coordenadora municipal do Programa de Controle da Dengue, Juliana Martins. A dengue pode levar à morte e há estudos em busca de encontrar uma vacina para a doença.
Os primeiros sintomas da doença costumam aparecer entre 4 e 10 dias após a picada do mosquito. Entre os principais sinais da doença estão febre aguda, de 39 a 40 graus, com início abrupto, dor de cabeça, dor no fundo dos olhos e dores musculares. “Também pode haver casos graves da doença, em que ocorre hemorragia, choque e/ou comprometimento grave de órgãos como o fígado e o coração”, completa Juliana.
O maior surto da doença no Brasil ocorreu em 2013, quando foram contabilizados 1.452.489 casos. Neste ano, até 18 de abril, o Ministério da Saúde registrava 745.957 notificações em todo o país e 229 óbitos. No Paraná, de agosto de 2014 a 19 de maio de 2015, eram 19.122 casos confirmados – sendo 17.918 autóctones e 1.204 importados, com 14 óbitos –, segundo balando da Secretaria de Estado da Saúde do Paraná.
Chikungunya
Menos letal que a dengue, a chikungunya é uma doença febril infecciosa ocasionada por um vírus do gênero Alphavirus que provoca febre repentina acima de 38,5 graus e dores intensas nas articulações, podendo também causar dor de cabeça, dor muscular e manchas vermelhas na pele. Esses sintomas costumam ser percebidos de dois a 12 dias após a picada do mosquito.
O vírus Chikungunya foi identificado pela primeira vez em 1952, na Indonésia, e circula por alguns países de todos os continentes. No Brasil, foram identificados casos autóctones em Roraima, Amapá, Bahia, Mato Grosso do Sul, Goiás, Distrito Federal e Minas Gerais. No ano passado, foram confirmados 2.772 casos da doença no país. Após a doença, há imunidade ao vírus e existe a possibilidade de o paciente ficar com sequelas.
Zika vírus
Os primeiros casos de zika vírus no Brasil foram confirmados pelo Ministério da Saúde há duas semanas. Foram identificados oito casos na Bahia e oito no Rio Grande do Norte. Estudos indicam que apenas 18% das pessoas apresentam sintomas, que costumam aparecer quatro dias após a contaminação pelo vírus do gênero Flavivírus. Não há registro de morte associada à doença.
Entre os sintomas mais comuns da doença estão febre baixa; olhos vermelhos, sem secreção e sem coceira e exantemas, que são pontos brancos ou vermelhos na pele.