Novo Caps CIC é aberto para atender população na área de saúde mental

00173423Moradores da Cidade Industrial de Curitiba (CIC) têm, a partir desta semana, acesso mais fácil aos serviços dos centros de atenção psicossocial (Caps). Um reordenamento das atividades de saúde mental começou a ser executado pela Secretaria Municipal da Saúde para garantir a melhoria dos serviços oferecidos à população, respeitando a distribuição territorial e facilitando o ingresso dos usuários aos equipamentos.

O novo modelo prevê um Caps AD – destinado a adultos usuários de álcool e outras drogas – para atender a população de dois distritos sanitários do Município, englobando os moradores da recém-formada regional Tatuquara.

Diante da nova configuração da rede, o novo Caps AD 2 CIC passa a atender a população das regionais CIC e Santa Felicidade e deverá ter cerca de 300 usuários cadastrados. Antes, a população da Cidade Industrial precisava se deslocar até o bairro Juvevê para usufruir dos serviços do equipamento da regional Matriz, que teve a equipe transferida para a nova unidade e está sendo desativado.

“O projeto tem como lógica tornar a assistência mais próxima do usuário e fazer com que um número maior de pessoas tenha acesso, o que é fundamental para o tratamento de álcool e drogas”, explica o diretor do Departamento de Políticas sobre Drogas, Marcelo Kimati Dias.

Os Caps são equipamentos da Secretaria da Saúde voltados a pessoas com problemas psíquicos e oferecem atendimento psicológico, clínico, médico, de enfermagem e psiquiátrico e terapia ocupacional, além de atividades terapêuticas, como cursos, palestras e oficinas. Além dos Caps AD, a rede conta com equipamentos voltados ao público infantojuvenil e a pessoas com transtorno mental (TM). Eles também são diferenciados em tipo 2 (com leitos de observação e funcionamento em horário comercial) e tipo 3 (com leitos de internamento e atendimento 24 horas). Ao todo, Curitiba conta com 12 Caps.

“As equipes da Secretaria enxergam os usuários como pessoas e não como problemas. Buscamos humanizar as relações que temos com os pacientes em todos os serviços. Os Caps não são espaços isolados; estão articulados com outros serviços da rede, de forma intersetorial”, afirma o secretário municipal da saúde, César Monte Serrat Titton.

Para o aposentado Júlio de Camargo Ramos, de 55 anos, a mudança foi positiva. Morador do São Braz, ele não terá mais de pegar três ônibus e enfrentar deslocamento superior a uma hora para chegar ao Caps. Com apenas um ônibus e 15 minutos, ele já será atendido. “O serviço é o mesmo, mas bem mais perto de casa. Eu ficava mais tempo viajando do que fazendo tratamento. Essa nova casa é muito mais aconchegante e arejada”, elogia o usuário, que frequenta o centro desde 2001 e está há cinco anos longe do álcool. 00173416

“Os Caps integram ainda mais as nossas políticas. Representam uma continuidade ao serviço feito na assistência social. Sair das ruas e começar uma nova vida sem o uso de drogas é uma grande vitória”, completa a presidente da Fundação de Ação Social (FAS), Marcia Oleskovicz Fruet.

CIC

Até a metade do próximo ano, a rede de Saúde ficará com o seguinte desenho: Caps AD 3 Portão atendendo as regionais Portão e Pinheirinho, Caps AD 3 Bairro Novo (Bairro Novo e Tatuquara), Caps AD 2 Boa Vista (Boa Vista e Matriz) e Caps AD 3 Cajuru (Cajuru e Boqueirão). Vale ressaltar que a transferência de cuidado será gradual, respeitando a migração dos usuários para os serviços indicados.