Parceria com Forças Armadas e sala de comando são novas ferramentas de Curitiba contra o Aedes
Por determinação do prefeito Gustavo Fruet, a Prefeitura de Curitiba vai instalar, a partir da próxima semana, uma sala de comando central contra o Aedes, para coordenar e monitorar todas as ações realizadas na cidade para combater o mosquito Aedes aegypti. A decisão foi comunicada nesta sexta-feira (05), durante reunião da Ação Integrada contra o Aedes, que reúne diversos órgãos municipais. O encontro teve também a participação de representantes das Forças Armadas, que a partir de agora reforçarão o trabalho que as secretarias municipais estão realizando, começando com uma ação educativa que deverá colocar nas ruas de Curitiba 3 mil homens do Exército e da Aeronáutica.
“Felizmente a situação em Curitiba está sob controle, graças ao trabalho intenso que temos realizado e à mobilização da comunidade. Mas é necessário um trabalho permanente, e as parcerias são fundamentais”, disse o prefeito. Ele lembrou que o número de denúncias de focos do Aedes aegypti aumentou muito e os profissionais da Prefeitura ainda encontram dificuldade para entrar em alguns imóveis e eliminar os criadouros do mosquito, transmissor de doenças como dengue, zika e chikungunya.
“O Exército nos dará esse apoio, para evitar que os problemas já causados pelo Aedes em outras cidades se instalem também em Curitiba”, enfatizou.
O general Flávio Marcus Lancia Barbosa, comandante da Artilharia Divisionária da 5.ª Divisão do Exército, destacou que as Forças Armadas receberam do Ministério da Defesa missão de cooperar com as ações de combate ao Aedes aegypti em todo o Brasil, tanto em caráter educativo como na parte operacional, auxiliando nas vistorias de imóveis. Em Curitiba, a primeira ação ocorrerá no sábado depois do Carnaval.
De acordo com o secretário municipal da Saúde, César Monte Serrat Titton, a ação do dia 13 de fevereiro, com o apoio do Exército, terá o objetivo de promover a conscientização da população sobre os riscos que o mosquito representa. Também serão realizadas vistorias em toda a cidade. “Nosso objetivo é promover a vistoria do maior número de imóveis possível em Curitiba. Isso já vem sendo realizado pelos agentes de endemias e agentes comunitários de saúde e o Exército vai nos ajudar a acessar espaços do município onde temos encontrado barreiras, seja por estarem abandonados ou por resistência dos proprietários”, salientou.
Novos casos
Curitiba confirmou esta semana o primeiro caso importado de zika vírus neste ano. Trata-se de uma mulher, residente na região central de Curitiba, e que esteve há poucos dias no Rio de Janeiro. “Felizmente não se trata de paciente gestante, o que não traz desdobramentos. Ela já foi tratada adequadamente e todas as ações de bloqueio no entorno da residência já foram realizadas. Mas isso nos faz um alerta, pois outros pacientes doentes irão chegar à cidade e por isso precisamos manter Curitiba livre do Aedes”, disse Titton. Em 2015, Curitiba registrou dois casos de zika vírus, ambos também importados, registrados em pacientes homens.
Já o número de casos confirmados de dengue esta semana quase dobrou, em comparação com o boletim anterior, do dia 29 de janeiro. Agora já são 106 casos, todos eles importados. Quase metade dos pacientes infectados passou por Paranaguá (51 casos). Ao longo de todo o ano passado, foram 242 casos – três deles autóctones. Este ano, até agora, não foi registrado nenhum caso autóctone – em que a contaminação ocorreu na própria cidade.
Com relação à febre chikungunya, este ano Curitiba não registrou nenhum caso. No ano passado foram dois.
O secretário explicou que, apesar de todos os casos de dengue e zika registrados até agora serem importados, é preciso intensificar ainda mais as medidas preventivas. “Temos que combater o mosquito para evitar que ele encontre as pessoas infectadas, e assim impedir que transmita a doença para outras pessoas”, explicou.
De acordo com Titton, toda vez que um caso é confirmado, as equipes de saúde realizam bloqueios no entorno da residência da pessoa infectada, verificando a existência de possíveis focos em todos os domicílios e estabelecimentos comerciais. A cada foco encontrado, o raio do bloqueio é ampliado.
“Como o prefeito pediu durante a reunião, vamos manter a transparência na divulgação do número de casos da doença, pois este é um importante alerta à população”, afirmou.