Pontuação da bandeira chega ao nível mais alto

A capital paranaense entrou pela segunda vez na bandeira vermelha e bateu, nesta quarta-feira (27/05), o mais alto nível da escala desde o início da pandemia, fechando em 2,85 – o mesmo valor registrado em 15 de março deste ano.

Segundo a Secretaria Municipal da Saúde, o indicador demonstra a iminência da quarta onda da doença no município – com indícios de que esta fase será a mais grave da pandemia até agora.

“O crescimento da curva está começando em cima de uma base já elevada de ocupação de leitos”, explica o epidemiologista da Secretaria Municipal da Saúde de Curitiba, Diego Spinoza. “Não houve tempo de respiro entre a última onda e agora. Então, a tendência é que enfrentaremos ainda mais pressão no sistema.”

A bandeira vermelha representa o nível máximo de alerta em relação ao número de novos casos, casos ativos e a capacidade de atendimento de saúde público e privado no município. A primeira vez que Curitiba atingiu bandeira vermelha foi em março, durante a terceira onda da covid-19 na capital.

A positividade dos exames que detectam o coronavírus já está em 33,4%, indicador próximo ao encontrado no início da última onda em março, 38,3%. Curitiba conta atualmente com quase 10 mil casos ativos da doença e o “R” está em 1,10, o que significa que a cada 100 pessoas com covid-19, a doença é transmitida para outras 110, trazendo expansão da pandemia. Para contenção da doença o R precisa ficar abaixo de 1.

A taxa de ocupação dos 539 leitos de UTI exclusivos SUS covid-19 já bate 106%, mesmo com mais 14 leitos novos abertos nesta quarta-feira (27/05) e os 726 leitos de enfermaria já contam com uma ocupação de 99%.

Os indicadores diários também mostram forte evolução. O número de casos ativos da doença subiu 32%, passando para 9.952 portadores do sarscov2 na capital, em 26/2 comparado a 14 dias antes.

A média móvel de óbitos em 7 dias cresceu 4,3% no mesmo período, para 24 diários; enquanto a média de novos casos foi para 896 por dia, um aumento de 29,6%.

Medidas restritivas funcionam
De acordo com os dados da Secretaria Municipal da Saúde de Curitiba, durante a segunda onda, em novembro de 2020, o decreto da bandeira laranja (27/11) foi eficaz e possibilitou a reversão da tendência de crescimento em seis dias e a redução da curva de casos novos em 26 dias.

Durante a terceira onda, em março, o decreto da bandeira vermelha (12/3) foi ainda mais eficaz e possibilitou a reversão de tendência de crescimento de novos casos em 5 dias e a redução da curva em 20 dias.

As medidas mais restritivas são realizadas de forma pontual, a fim de impactar o menos possível o comércio e os serviços da cidade.

Segundo o secretário de Governo Municipal, Luiz Fernando Jamur, de 422 dias de pandemia até o momento, os decretos municipais restringiram apenas 21 dias as atividades de rua não essenciais, serviços, shoppings e centros comerciais. Decreto estadual para este setor restringiu outros 14 dias o funcionamento da área, totalizando 35 dias de restrições em 422 de pandemia.