Qualidade de vida é discutida em conferências de saúde

 

A obesidade infantil e a qualidade de vida foram temas tratados nas conferências de saúde deste sábado (21). Até 9 de maio, serão 109 conferências locais, realizadas uma em cada comunidade referente às unidades de saúde de Curitiba.

As Conferências são um espaço importante para o debate e avaliação da saúde no nível local além de fomentar a discussão do controle social dentro do SUS Curitiba.

Na Unidade de Saúde Tingui, do Distrito Boa Vista, três grupos discutiram, no sábado, e apresentaram propostas para tentar diminuir os casos de crianças obesas ou com sobrepeso que chegam à unidade. Foram discutidos vários temas, como acesso à rede, bulimia, baixa auto-estima, bullying (que ocorre também em função da obesidade), entre outros.

A coordenadora da Unidade de Saúde Tingui, Angela de Freitas, explicou que foi realizada uma pesquisa na unidade, na qual se constatou um grande número de crianças e adolescentes obesas. “Falava-se muito sobre o problema, mas não tínhamos os números. Com isso, vimos que a quantidade de crianças com diabetes e pressão alta também é grande”, alertou Angela. Ela lembrou que as propostas serão desenvolvidas para envolver toda a comunidade na solução deste problema, discutindo-o no núcleo de saúde coletiva da unidade de saúde. A auxiliar de Odontologia da US Tingui, Daniela Furlin, comentou que o tema da obesidade é preocupante e que percebe que é algo cultural. “As pessoas não têm acesso a muitas informações”, comentou.

Entre as informações citadas por Daniela estão a grande quantidade de sódio ou açúcar de alguns alimentos que são considerados inofensivos, como os sucos de caixinha, por exemplo. Durante a conferência, uma mesa foi montada com alguns produtos e a quantidade de sal ou açúcar de cada um deles. Entre as medidas propostas nos grupos de discussão na US Tingui estão ações educativas nas escolas e na imprensa; capacitação de conselheiros para que sejam multiplicadores de hábitos saudáveis, propor que as escolas também se envolvam em pesquisas que apontem os índices de obesidade, entre outras.

Na Unidade de Saúde São José, no CIC, o tema discutido na conferência local foi “Saúde com Qualidade de Vida não tem Idade”. A coordenadora do local, Angela João, disse que, de um modo geral, as pessoas direcionam a qualidade de vida mais para a terceira idade ou quando se é muito jovem, o que é um equívoco. “Deve-se envolver todas as idades nesta discussão. E nunca é tarde para pensar numa mudança de vida”, afirmou Angela. Ela lembrou que os temas dos grupos abordaram temas bem abrangentes que envolvem qualidade de vida, mas sobretudo a ideia de que o conceito não envolve apenas exercícios físicos. “A qualidade de vida também envolve a participação na sociedade”, disse.

Outro grupo de discussão abordou o uso correto de medicamentos, o que também acarreta em qualidade de vida. Angela contou que a automedicação é recorrente, bem como o uso incorreto dos remédios e o descarte. “Vemos muita negligência. Por exemplo, um diabético alterando a quantidade de insulina, o que é muito grave”, disse. O tabagismo e as doenças crônicas e degenerativas também foram temas nos grupos.

Na Unidade de Saúde da Vila Sandra, também no CIC, o tema foi o mesmo. Porém, nos grupos de discussão os assuntos abordados foram autocuidado e motivação do paciente, além de dependências químicas, demanda grande no local.

Os 62 participantes da conferência da US Pantanal, no Boqueirão, falaram sobre os problemas presentes na comunidade e a força do Conselho Local de Saúde e o fortalecimento do Sistema Único de Saúde (SUS).

No sábado também foram realizadas as conferências locais nas unidades de saúde Vila Feliz, Osternack, Nossa Senhora da Luz, São Pedro, Pantanal, União das Vilas, Butiatuvinha, Nossa Senhora Aparecida, Vila Clarice e Fernando de Noronha.00160628